Oi pessoal do 9º ano, está aí o material que vocês devem ler para responder às questões e entregar, sem prorrogação do prazo, terça-feira, dia 16/08.
Leiam com atenção e respondam as perguntas que estão ao final dos textos.
Até terça-feira!
ERA VARGAS
O Plano Cohen e a implantação do Estado Novo no Brasil
TRECHOS SELECIONADOS DO CHAMADO “PLANO COHEN” - “Plano Cohen: uma revolução em marcha”
“O presente documento foi elaborado após intensa pesquisa, considerando os precedentes da História e as indicações colhidas no momento presente. Pressentimos o perigo que ronda nosso País e isto nos deixa profundamente preocupados. Assim é que, imbuídos do propósito de servir ao Brasil, elaboramos este documento como um brado de alerta. Esperamos que as autoridades que o receberem possam refletir sobre os fatos denunciados e tenham a coragem necessária para uma tomada de posição, doa em quem doer.”
“Planificação da violência – Criar nos meios revolucionários os reflexos para a “violência útil e completa”. A violência deve ser planificada, deixando de lado qualquer sentimentalismo não só favorável aparentemente ao ideal revolucionário, como também à piedade comum; isto significa que certos indivíduos, por exemplo, que devam ser eliminados, só pelo fato de serem contrários à nossa revolução, todavia nada favorecem de prático com o seu desaparecimento; outros na aparência não muito contrários, com a sua eliminação oferecem resultados práticos de longo alcance.”
“Agitação de operários e estudantes – Vem agora a parte referente à maneira de conduzir as campanhas subversivas nos meios proletários e estudantis sem que eles saibam que estão servindo aos membros do Partido Comunista. Nas campanhas proletárias e estudantis, é necessária uma grande cautela, muita discrição e habilidade para que as aparências sejam de simples reivindicações naturais e merecedoras de amparo até mesmo das autoridades; assim, deve-se evitar que os elementos declaradamente comunistas tomem parte ativa nestes movimentos, quer liderando às claras os mesmos, quer fazendo discursos em praça pública ou mesmo comparecendo às reuniões. Esta missão deverá ser dada ou insuflada aos nossos simpatizantes não suspeitados e aos indivíduos fáceis de ser explorados pela sua ardência e pela sua ignorância.”
“Confusão nas classes armadas – Refere-se à necessidade de uma campanha de intriga no Exército para o seu desprestígio e confusão no seio das classes armadas.”
“Perseguição à igreja – Vem depois o que concerne ao clero, meio onde o integralismo vem fazendo um progresso formidável. Aí é necessário absolutamente, no atual momento político de plena campanha eleitoral, canalizar a sua parte ainda não contaminada, contra o referido movimento. A técnica a ser utilizada é a de identificar o movimento integralista com o nazismo, atualmente o maior perseguidor da igreja católica.”
“A reivindicação do proletariado – Entram agora no campo do operariado. As reivindicações violentas, dizem eles, não dão resultado, porque a maioria dos operários é de gente pacífica, temerosa de conflitos e não adestrada na luta. Fala-se então em explorar a carestia de vida, e que essa circunstancia absolutamente incompreensível para as massas, nos fornece as principais armas de combate para a agitação proletária. Às nossas massas proletárias “incultas, sem nenhuma combatividade”, não devem ser aplicados os processos que têm sido aplicados às massas européias cultas e articuladas pela prática da sindicalização. Acrescentam as instruções que é necessário educar os operários para que façam petições coletivas e por escrito de aumento de salários aos patrões, pedidos estes vazados numa linguagem do mais absoluto respeito aos patrões e às autoridades em geral, apelando para os sentimentos cristãos e a generosidade e patriotismo do governo e dos dirigentes das indústrias. Não atendidas suas petições, que pedem quase sempre o inexequível, explorar a irritação da classe, e organizar as marchas coletivas, até que a classe, já irritada esteja em condições melhores para ser lançada a uma greve violenta e tecnicamente preparada.”
“Incêndios em casas de família – Cogitam os comunistas de um “Comitê dos Incêndios” para atacar simultaneamente casas de família, incendiando-as a fim de obrigar o Corpo de Bombeiros a agir em vários pontos tornando-se inútil como força militarizada para a defesa da ordem, em cada rua principal do bairro deverá ser ateado fogo a um prédio, no mínimo, concluem as instruções. Os incendiários, dois ou três no máximo, disfarçados em mata-mosquitos ou qualquer outro meio, entrarão na casa armados de material próprio, e de surpresa lançarão fogo à mesma.”
“Empastelamento de jornais, saques, violação de mulheres – A ação nas massas civis visa manifestações populares violentas, condução das massas para as redações de jornais antipáticos e consequente empastelamento. Nos bairros as massas deverão ser conduzidas aos saques e às depredações, nada poupando para aumentar cada vez mais a sua excitação que deve ser mesmo conduzida a um sentido nitidamente sexual, a fim de atraí-las com facilidade; convencidos de que todo aquele luxo que os rodeia - prédios elegantes, carros de luxo, mulheres, etc.- constituem um insulto à sua sordidez e falta de conforto e que chegou a hora de tudo aquilo lhes pertencer sem que haja o fantasma do Estado para lhe tomar conta.”
“Os reféns - No plano de violências deverão figurar, como já foi dito atrás, os homens a serem eliminados e o pessoal encarregado dessa missão. Todavia, tão importantes quanto estes serão os reféns, que, em caso de fracasso parcial, servirão para colocar em xeque as autoridades. Serão reféns: os Ministros de Estado, presidente do Supremo Tribunal, e os presidentes da Câmara e do Senado, bem como, nas demais cidades, duas ou três autoridades ou pessoas graduadas. A técnica para a colheita de reféns será a seguinte: os raptos deverão ser executados em pleno dia, nas próprias residências, que serão invadidas por grupos de 3 a 5 homens dispostos e bem-armados e munidos de narcóticos violentos (clorofórmio, éter em pastas de algodão empapadas) e serão transportadas para pontos secretos e inatingíveis, com absoluta segurança. Em caso de fracasso, proceder ao fuzilamento dos reféns.”
TRECHOS SELECIONADOS DO “MANIFESTO COMUNISTA DE 1935”
“A todo povo do Brasil!”
“(...) as lutas continuam, porque a vitória ainda não foi alcançada e o lutador heróico é incapaz de ficar a meio do caminho, porque o objetivo a atingir é a libertação nacional do Brasil, a sua unificação nacional e o seu progresso e o bem-estar e a liberdade de seu povo e o lutador persistente e heróico é esse mesmo povo, que do Amazonas ao Rio Grande do Sul, que do litoral às fronteiras da Bolívia, está unificado mais pelo sofrimento, pela miséria e pela humilhação em que vegeta do que uma unidade nacional impossível nas condições semicoloniais e semifeudal de hoje!”
“Os trabalhadores de todo o Brasil demonstram, através de lutas sucessivas, que já não podem mais suportar e nem querem mais se submeter ao governo em decomposição de Vargas e seus asseclas nos Estados. Além disso, os cinco últimos anos deram uma grande experiência a todos em que no Brasil tiveram de suportar e sofrer a malabarista e nojenta dominação getuliana. E esses cinco anos de manobras e traições, de contradanças de homens do poder, de situacionistas que passam a oposicionistas e vice-versa, de inimigos "irreconciliáveis" que se abraçam, cinicamente, sobre os cadáveres ainda quentes dos lutadores de 1922, abriram os olhos de muita gente. Onde estão as promessas de 1930? Que diferença entre o que se dizia e se prometia em 1930 e a tremenda realidade já vivida neste cinco anos getulianos!”
“A unificação nacional é, por isso, impossível sob a dominação imperialista. Só as grandes massas juntamente com a parte da burguesia nacional, não vendida ao imperialismo, serão capazes de, através de um governo popular revolucionário, acabar com esse regionalismo, com a desigualdade monstruosa que a dominação dos fazendeiros e imperialistas impôs ao país.
Esta é a tarefa gigantesca da Aliança Nacional Libertadora, que apresenta aos olhos de todo o Brasil, como a única organização realmente nacional, única organização onde os verdadeiros interesses do povo de cada Estado coincidem com os idênticos objetivos que congregam, em todo o Brasil, de norte ao sul, de este a oeste, os lutadores contra o imperialismo e os trabalhadores de todo o país, juntamente com a parte da burguesia nacional, não vendida ao imperialismo, serão capazes de, através de um governo popular revolucionário antiimperialista.”
“O duelo está travado. Os dois campos se definem, cada vez com maior clareza para as massas. De um lado, os que querem consolidar no Brasil as mais brutais ditaduras fascistas, liquidar os últimos direitos democráticos do povo e acabar a venda e a escravização do país ao capital estrangeiro. Desse modo - o integralismo, como brigada de choque terrorista da reação. De outro, todos os que nas fileiras da Aliança Nacional Libertadora querem defender de todas as maneiras a liberdade nacional do Brasil, pão, terra e liberdade para seu povo. A luta não é, pois, entre dois "extremismos" como querem fazer constar os hipócritas defensores de uma "liberal democracia" que nunca existiu e que o povo só conhece através das ditaduras sanguinárias de Epitácio, Bernardes, Washington Luís e Getúlio Vargas. A luta está travada entre os libertadores do Brasil, de um lado, e os traidores, a serviço do imperialismo, do outro.”
“As forças da Aliança Nacional Libertadora são já grandes, mas podem e devem ser ainda maiores abarcando milhões porque, com o seu programa, estão todos os que trabalham no país, todos os que sofrem com a dominação imperialista e feudal, em primeira linha o proletariado e as grandes massas do campo. A unificação do proletariado, tendência já invencível, que se sobrepõe a todas as dificuldades opostas pela reação, é uma das maiores forças da revolução. E as greves dos últimos tempos aumentam, cada vez mais, a capacidade de luta do heróico proletariado do Brasil e a confiança que a todos os revolucionários brasileiros inspiram como classe dirigente da revolução. As lutas dos camponeses, conquanto ainda espontâneas e desorientadas, são bem o indício do ódio e da energia concentrada em séculos de sofrimento e de miséria pela massa de milhões que quer melhores dias. Mas com a revolução, portanto, com a Aliança ficarão os soldados e marinheiros de todo o Brasil.”
“Liberdade de Crença – As mulheres religiosas como todas as pessoas religiosas católicas, protestantes, espíritas ou positivistas, desejam acima de tudo a liberdade para seus cultos e essa liberdade é defendida pela Aliança; estão mesmo os padres brasileiros, os mais pobres e que, entrando para a igreja não se venderam ao imperialismo, nem esqueceram seus deveres frente ao povo. É natural que os chefes da igreja, os ricos e bem nutridos cardeais e arcebispos, como membros das classes dominantes, e lacaios do imperialismo, estejam contra a Aliança. Já noutras épocas, Frei Caneca, Padre Miguelinho e muitos outros lutaram ao lado do povo, pela independência do Brasil, contra a vontade dos bispos e arcebispos que os mandaram assassinar.”
“Implantação de um governo popular – Marchamos, assim, rapidamente, à implantação de um governo popular revolucionário, em todo Brasil, um governo do povo contra o imperialismo e o feudalismo e que demonstrará na prática, às grandes massas trabalhadoras do país, o que é a democracia e a liberdade. O governo popular, executando o programa da Aliança unificará o Brasil e salvará a vida dos milhões de trabalhadores, ameaçado pela fome, perseguido pelas doenças e brutalmente explorado pelo imperialismo e pelos grandes proprietários. A distribuição das terras dos grandes latifúndios aumentará a atividade do comércio interno e abrirá o caminho a uma mais rápida industrialização do país, independentemente de qualquer controle imperialista. O governo popular vai abrir para a juventude brasileira as perspectivas de uma nova vida garantindo-lhe trabalho, saúde e instrução. A força das massas, em que se apoiará um tal governo, será a melhor garantia para a defesa do país contra o imperialismo e a contra-revolução. O exército do povo, o exército nacional revolucionário será capaz de defender a integridade nacional contra a invasão imperialista, liquidando, ao mesmo tempo, todas as forças da contra-revolução.”
“Como o poder chegará às mãos do Povo – Mas o poder só chegará às mãos do povo através dos mais duros combates. O principal adversário da Aliança não é somente o governo podre de Vargas, são, fundamentalmente, os imperialistas aos quais ele serve e que tratarão de impedir por todos os meios, a implantação de um governo popular revolucionário no Brasil. Os mais evidentes sinais da resistência que se prepara no campo da reação já nos são dados pelos latidos da imprensa venal vendida ao imperialismo. A situação é de guerra e cada um precisa ocupar o seu posto. Cabe à iniciativa das próprias massas organizar a defesa de suas reuniões, garantir a vida de seus chefes e preparar-se, ativamente, para o assalto.
"A idéia do assalto amadurece na consciência das grandes massas." Cabe aos seus chefes organizá-las e dirigi-las.”
“Brasileiros! Todos vós que estais unidos pela ideia, pelo sofrimento e pela humilhação de todo Brasil! Organizai o vosso ódio contra os dominadores transformando-o na força irresistível e invencível da Revolução brasileira! Vós que nada tendes para perder, e a riqueza imensa de todo Brasil a ganhar! Arrancai o Brasil da guerra do imperialismo e dos seus lacaios! Todos à luta para a libertação nacional do Brasil! Abaixo o fascismo! Abaixo o governo odioso de Vargas! Por um governo popular nacional revolucionário.
Todo o poder à Aliança Nacional Libertadora.
Luiz Carlos Prestes.”
Todos nós sabemos que o chamado “Plano Cohen” foi um documento forjado e apresentado aos brasileiros pelo então presidente Getúlio Vargas, em 1937, e que a “descoberta” deste documento, que “mostrava” os planos dos comunistas para tomar o poder no Brasil, justificou o Golpe de Estado dado pelo próprio Vargas instalando no país uma ditadura, o Estado Novo.
Sabemos também, que anos antes, em 1935, logo depois de lançado o “Manifesto Comunista”, Getúlio Vargas fechou a sede da ANL, desencadeando, em vários estados brasileiros, um movimento que ficou conhecido por Intentona Comunista.
Diante de tais conhecimentos e com base nos textos acima, responda:
1) O que foi a Intentona Comunista? Como este movimento influenciou o lançamento do Plano Cohen e o posterior Golpe de Estado que implantou o Estado Novo no Brasil? (10 linhas)
2) Faça uma comparação entre os dois textos apresentados acima (os trechos do Plano Cohen e os trechos do Manifesto Comunista). Há proximidade entre eles? Quais? Justifique sua resposta e seu ponto de vista. (15 linhas).
3) A visão da ideologia Comunista que Getúlio Vargas e seus partidários tentaram passar, por meio do Plano Cohen, correspondia ao que expressavam os comunistas em seu Manifesto? Justifique sua resposta. (15 linhas)
4) Se os planos da ANL tivessem logrado vitória, ou seja, se a Intentona Comunista tivesse saído vitoriosa, possivelmente, seria implantado no Brasil um governo baseado nos moldes do Comunismo da URSS. Não tendo o movimento da Intentona saído vitorioso, foi implantado no país uma ditadura que se inspirou na ideologia fascista, o Estado Novo. Discuta com os seus colegas de grupo e formule um texto, de aproximadamente 20 linhas, expressando a sua opinião sobre como teria sido o futuro do Brasil se tivesse sido implantado um governo comunista e aproveite para comparar com o que aconteceu durante a ditadura do Estado Novo.
OBS: as questões de números 01, 02 e 03 deverão ser respondidas (individual ou no máximo 2 pessoas). A questão de número 04 deverá ser discutida no grupo e respondida individualmente. Todas as respostas deverão ser entregues em folha assinada e com número de chamada.
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